terça-feira, 25 de outubro de 2011

Edição de outubro - Arte pública

 
A quinta edição do Livro à Bolonhesa ocorreu no dia 5 de outubro de 2011. Data em que o projeto recebeu o professor titular do Instituto de Artes da UERJ Luis Andrade, a pesquisadora de arte pública do Instituto de Ciência da Arte da UFF, o coletivo de intervenção artística e urbana rio40caos, o poeta Pedro Rocha, o bailarino Fabiano Nunes e a performer Andercelly Christofolli.
Com produção assinada por Bia Pimenta, atualmente produtora executiva da Jurubeba produções e assistência de Fharah Marmud, o evento começou por volta de 18h20 e terminou pontualmente às 21h.

  Como o de costume, passam a integrar o acervo da biblioteca do Sesc Tijuca exemplares de Chão Inquieto, poesia, Editora 7Letras, do autor Pedro Rocha, que também teve exemplares sorteados a partir da “lista de presença” do evento. Entrevistado nesta edição, Pedro Rocha deixou patente seu intercâmbio com a música e o teatro, leu poemas de seu Chão Inquieto e relatou histórias em torno do movimento da poesia falada do Rio de Janeiro desde os anos 1990 até os dias de hoje.

O coletivo rio40caos, convidado para ministrar oficina, expôs, aos cerca de 25 presentes do início do evento, a malha iconográfica que cria para o projeto Rio Distópico, que atua cartograficamente, apontando focos de resistência, desocupação, comunicação livre, novas áreas de interesse econômico da cidade e crimes cometidos em nome das obras da copa do mundo de 2014 e olimpíadas de 2016. Chamando a atenção para o plano de controle dos corpos, da internet e dos meios de circulação e permanência da cidade.


O debate se iniciou às 20h, o mote, a arte pública. A transformação de espaços da cidade, utilizados instrumental e racionalmente, em lugares lúdicos e da reflexão foi um dos assuntos abordados por Rachel Souza. Luis Andrade chamou a atenção para a ainda recorrente criminalização dos artistas urbanos de todas as áreas, mas ressaltou a dos grafiteiros e pichadores, relatando inclusive ter sido preso, sendo já um artista reconhecido. Os pichadores foram o tema de Vitor Ribeiro, que apontou esses agentes como os que mais podem ser considerados artistas, pois vão para além da contemplação, e criando ramificações para os usos da fatura e feitura artística, criando jogos com outros grupos de pichação e em alguns casos, o que é mais visível do cenário paulistana desse gênero, atentando os cidadãos para problemas da cidade.
Quanto aos números, estima-se a passagem de 60 pessoas pelo evento, que foi transmitido online, onde outras pessoas acompanharam e participaram.
Do ponto de vista da curadoria e organização, a quinta edição foi a mais proveitosa, pela participação e assiduidade do público e pela visível satisfação com que convidados e público falam sobre o evento, o que demonstra o amadurecimento do projeto, o fato deste cumprir o papel de quebrar a rotina morosa das bibliotecas e o reconhecimento disso entre jovens e intelectuais da Tijuca e imediações. Dia 07 de dezembro tem mais.

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