A quinta
edição do Livro à Bolonhesa ocorreu no dia 5 de outubro de 2011.
Data em que o projeto recebeu o professor titular do Instituto de
Artes da UERJ Luis Andrade, a pesquisadora de arte pública do
Instituto de Ciência da Arte da UFF, o coletivo de intervenção
artística e urbana rio40caos, o poeta Pedro Rocha, o bailarino
Fabiano Nunes e a performer Andercelly Christofolli.
Com
produção assinada por Bia Pimenta, atualmente produtora executiva
da Jurubeba produções e assistência de Fharah Marmud, o evento
começou por volta de 18h20 e terminou pontualmente às 21h.
Como o de
costume, passam a integrar o acervo da biblioteca do Sesc Tijuca
exemplares de Chão Inquieto, poesia, Editora 7Letras, do autor Pedro
Rocha, que também teve exemplares sorteados a partir da “lista de
presença” do evento. Entrevistado nesta edição, Pedro Rocha
deixou patente seu intercâmbio com a música e o teatro, leu poemas
de seu Chão Inquieto e relatou histórias em torno do movimento da
poesia falada do Rio de Janeiro desde os anos 1990 até os dias de
hoje.
O
coletivo rio40caos, convidado para ministrar oficina, expôs, aos
cerca de 25 presentes do início do evento, a malha iconográfica que
cria para o projeto Rio Distópico, que atua cartograficamente,
apontando focos de resistência, desocupação, comunicação livre,
novas áreas de interesse econômico da cidade e crimes cometidos em
nome das obras da copa do mundo de 2014 e olimpíadas de 2016.
Chamando a atenção para o plano de controle dos corpos, da internet
e dos meios de circulação e permanência da cidade.
O debate
se iniciou às 20h, o mote, a arte pública. A transformação de
espaços da cidade, utilizados instrumental e racionalmente, em
lugares lúdicos e da reflexão foi um dos assuntos abordados por
Rachel Souza. Luis Andrade chamou a atenção para a ainda recorrente
criminalização dos artistas urbanos de todas as áreas, mas
ressaltou a dos grafiteiros e pichadores, relatando inclusive ter
sido preso, sendo já um artista reconhecido. Os pichadores foram o
tema de Vitor Ribeiro, que apontou esses agentes como os que mais
podem ser considerados artistas, pois vão para além da
contemplação, e criando ramificações para os usos da fatura e
feitura artística, criando jogos com outros grupos de pichação e
em alguns casos, o que é mais visível do cenário paulistana desse
gênero, atentando os cidadãos para problemas da cidade.
Quanto
aos números, estima-se a passagem de 60 pessoas pelo evento, que foi
transmitido online, onde outras pessoas acompanharam e participaram.
Do ponto
de vista da curadoria e organização, a quinta edição foi a mais
proveitosa, pela participação e assiduidade do público e pela
visível satisfação com que convidados e público falam sobre o
evento, o que demonstra o amadurecimento do projeto, o fato deste
cumprir o papel de quebrar a rotina morosa das bibliotecas e o
reconhecimento disso entre jovens e intelectuais da Tijuca e
imediações. Dia 07 de dezembro tem mais.